Saída do IFSP: 16/05 às 22:40h – Chegada à Cambará do Sul
(RS): 17/05 às 14:20h
18/05: 1º dia do Campo: Cambará do Sul – Torres (RS)
PARADA NA RODOVIA
A primeira parada foi realizada ao
longo da rodovia sentido Torres para observação de uma área com altitude de
aproximadamente 900 metros de onde foi possível observar um relevo oriundo de
um derramamento basáltico de aproximadamente 100 milhões de anos, referente ao
momento de separação entre os continentes Africano e Sul Americano, processo
denominado EPIROGÊNESE, originando um grande derramamento de magma em
alta temperatura e menor viscosidade, estendendo-se pelos estados de São Paulo
e Mato Grosso até o Rio Grande do Sul.
Esse derramamento também pode ser encontrado na Namíbia, constituindo uma das evidências que Wegner considerou para tratar da Deriva Continental em sua teoria.
Esse derramamento também pode ser encontrado na Namíbia, constituindo uma das evidências que Wegner considerou para tratar da Deriva Continental em sua teoria.
A
paisagem observada demonstra essa gênese geomorfológica pela formação de
colinas de topo plano e laterais declivosas, onde o intemperismo se intensifica
e expõe vários afloramentos de basalto. Essa
região se localiza na chamada Serra Geral, que tem fortes
implicações culturais na história do Rio Grande do Sul, tendo sido palco da
Guerra dos Farrapos e constituindo território importante para as referências da
identidade cultural do povo gaúcho.
Colina ao fundo onde se vê um afloramento de basalto |
PARADA NO PARQUE
ESTADUAL DA GUARITA – TORRES (RS)
A segunda parada foi realizada no
Parque Estadual da Guarita, localizado na praia de mesmo nome, município de
Torres, litoral norte do Rio Grande do Sul. A cidade se caracteriza por ser um
grande atrativo turístico do litoral norte gaúcho por ser uma área de dunas e
receber uma atividade turística intensa, além disso, o município de Torres
atende a população da Serra Gaúcha e abriga em alguns casos a segunda moradia
dessa população da região da Serra Geral, passando, como observando em Campo, por um
intenso e acelerado processo de verticalização e também por essa razão, pela ampliação
dos conflitos que envolvem a ocupação e o turismo no que diz respeito à fauna, a
flora e a área de preservação ambiental do próprio parque. A própria área do
Parque Estadual se mostra vulnerável, já que do alto de uma das colinas
visitadas foi possível visualizar a construção de um condomínio, cuja vizinhança caracterizava uma vila de moradias mais simples muito
próxima às Dunas e também a presença de veículos trafegando na beira da praia, bastante próximos ao mar, configurando essa contradição em relação à ocupação,
o turismo e a preservação ambiental.
Do
ponto de vista da paisagem, foi possível observar uma formação de paredões
verticais e o aparecimento de uma vegetação diferente da característica do sul
do país, como algumas cactáceas, por exemplo. Observamos também a formação de
lagunas e torres, configurando uma paisagem combinada de Mar-Cordão Arenoso
(dunas)-Lagunas-Serra Geral. Além disso, no nível do mar observamos uma base de
arenito demonstrando a sucessão sedimentar por ação de uma erosão marinha, que suscitou o debate em relação ao soerguimento
das regiões onde houve o derramamento de que tratamos no início da postagem. Enquanto o arenito é encontrado no nível do mar no litoral gaúcho,
o mesmo é observado em São Paulo a 600 metros de altitude como é o caso da
formação Botucatu, demonstrando que em São Paulo houve um soerguimento maior e mais
intenso do que no Estado Gaúcho, além do fato de que este arenito formado em
ambiente de deserto se encontra neste momento no nível do mar por conta do
próprio processo de separação dos continentes.
Parque Estadual da Guarita, Praia da Gurita - Torres. RS |
19/ 05 PARQUE NACIONAL APARADOS DA SERRA
O
Parque Nacional Aparados da Serra foi criado por Decreto do Governo Federal em
1959 e reconhecido por outro decreto de 1972, quando se estendeu a proteção ao
interior do Cânion Itaimbezinho localizado no município de Praia Grande (SC),
já que antes só o planalto gaúcho era protegido. Ainda hoje o Parque enfrenta
problemas relacionados à desapropriação das terras de sua extensão, convivendo
como consequência com a presença do gado na área de preservação, o que impede a
efetiva posse do Parque por sua Direção/ICMBio. Não podemos desconsiderar também a dimensão da vida, da cultura e da tradição dos moradores dessas áreas anexadas ao parque por decreto mas que ainda hoje resistem à ceder suas propriedades no processo de desapropriação por haver um valor simbólico na propriedade da terra e na cultura que lá desenvolvem há gerações. Em Campo tivemos a oportunidade de conversar com ambas as partes, recebendo informações do senhor Deoni, Chefe da Unidade de Conservação de Aparados da Serra e da senhora Margarene, uma das moradores cuja área segue em processo de regularização junto à área do Parque.
O Plano
de Manejo do Parque é do ano de 1984 e propunha entre outras ações a sua ampliação,
que culminaria em 1992 com a criação do Parque Nacional da Serra Geral no
contexto da Conferência realizada no Rio de Janeirom que ficou conhecida como
ECO92. A gestão de ambos os Parques, Aparados da Serra e Serra Geral, é
compartilhada e atualmente o panorama que se tem é de que na área de Aparados da
Serra 74% já está regularizado e com os
processos de desapropriação resolvidos, enquanto na área do Parque Nacional da
Serra Geral esse total ainda se encontra em 57%, de maneira que a parte não regularizada permanece nas mãos de terceiros e fora do controle dos
órgãos ambientais que realizam a gestão de ambos os Parques. Essa situação é
uma das responsáveis pela forte pressão externa que essas áreas sofrem com as
atividades de caça e de extração do palmito no lado catarinense. Além dessas
informações, fornecidas pelo Gestor de Unidades responsável pelo Aparados da
Serra, foi discutida também a questão dos javalis, que tem causado forte
degradação e medo na população da região, levantando inclusive a preocupação em relação ao
possível encontro entre duas frentes de javali que estão hoje soltas no Rio
Grande do Sul e que tendem a se encontrar na região central do Estado.
No
Parque Estadual de Aparados da Serra, localizado em Cambará do Sul, RS
visitamos o Cânion Itaimbezinho, onde tiramos o primeiro ponto:
PONTO 1
CANION ITAIMBEZINHO
S 29º 10’ 14”
O 50º 5’ 55”
933 metros de altitude
|
Trilha do Cotovelo em direção ao Canion Itaimbezinho |
20/05/2015 PARQUE NACIONAL DA SERRA GERAL (CANION
FORTALEZA)
Ao chegarmos no Parque nos
encaminhamos para a visita ao Canion Fortaleza, onde tiramos um ponto
logo na chegada e outro em um dos mirantes:
PONTO 2
CHEGADA AO CANION FORTALEZA
S 29º 3’ 54”
O 49º 57’ 53”
1010 metros de altitude
25,3º C
|
PONTO 3
MIRANTE DO CANION FORTALEZA
S 29º 3’ 44”
O 49º 57’ 24”
1110 metros de altitude
09:20h da manhã
19,1º C
|
Vista do alto do Canion Fortaleza |
Ao
sairmos do Canion Fortaleza visitamos a Cachoeira do Tigre Preto, localizada a
uma altitude de aproximadamente 980 metros e com uma temperatura de
aproximadamente 21,2º C.
Cacheoeira do Tigre Preto na saída do Canion Fortaleza |
Conhecida
como a cidade das duas mentiras, Praia Grande não tem praia, nem é grande mas
historicamente foi uma cidade importante para a descida dos tropeiros do
planalto gaúcho até o litoral catarinense. A trilha realizada foi a das
piscinas do Canion Malacara, fechado na parte superior mas aberto para
visitação em seu interior, desde que o grupo esteja acompanhado por um guia
turístico da região. Essa trilha se localiza em uma propriedade
particular que fornece uma modesta estrutura de sanitários em troca de uma
colaboração simbólica dos visitantes.
PONTO 4
CANION MALACARA
PRAIA GRANDE - SC
S 29º 9’ 37”
O 49º 58’ 47”
122 metros de altitude
14:25h
|
Trilha pelo interior do Canion Malacara - Praia Grande, SC |
Ao
fim da trilha nas piscinas do Canion Malacara subimos a Serra em direção à
Cambará do Sul – RS e no caminho fizemos uma parada no mirante sobre o Canion do
Rio do Pinto, onde observamos o interior do Canion e tivemos uma conversa com o
Guia sobre os impactos, as questões legais e a instalação de uma
infra-estrutura para a visitação na região da Serra e dos Canions. Essa discussão é fundamental e polêmica, envolvendo hoje não apenas os órgãos ambientais, mas sobretudo os profissionais e a população de cidades turísticas como Cambará do Sul, que lida diretamente com o ecoturismo e com o chamado turismo de aventura.
PONTO 5
MIRANTE SOBRE O CANION DO RIO DO PINTO
S 29º 21’ 17”
O 50º 10’ 21”
790 metros de altitude
|
*Nos dias
22 e 23 foram visitadas as cidades de Bento Gonçalves, Gramado e Canela, onde
não foram registrados pontos com o GPS.
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