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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

2º Semestre de 2015 - SEJAM BEM VIND@S!

Sejam bem vind@s!

Estamos iniciando um novo semestre, e é muito importante que tenhamos empenho nas atividades para que possamos manter o equilíbrio e não deixar nada acumular, para isso existe a Monitoria Geográfica, onde cada monitor é responsável por uma determinada disciplina e estão dispostos a ajudar em possíveis dúvidas referentes aos conteúdos e aos materiais ministrados em aula.

Atenção para o novo horário, fizemos algumas adequações pra que tod@s possam ser beneficiad@s:

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quarta-feira, 17 de junho de 2015

Trabalho de Campo para os Parques Nacionais de Aparados da Serra e Serra Geral – Rio Grande do Sul de 16 à 24 de Maio de 2015.

Saída do IFSP: 16/05 às 22:40h – Chegada à Cambará do Sul (RS): 17/05 às 14:20h

18/05: 1º dia do Campo: Cambará do Sul – Torres (RS)

PARADA NA RODOVIA

A primeira parada foi realizada ao longo da rodovia sentido Torres para observação de uma área com altitude de aproximadamente 900 metros de onde foi possível observar um relevo oriundo de um derramamento basáltico de aproximadamente 100 milhões de anos, referente ao momento de separação entre os continentes Africano e Sul Americano, processo denominado EPIROGÊNESE, originando um grande derramamento de magma em alta temperatura e menor viscosidade, estendendo-se pelos estados de São Paulo e Mato Grosso até o Rio Grande do Sul.
Esse derramamento também pode ser encontrado na Namíbia, constituindo uma das evidências que Wegner considerou para tratar da Deriva Continental em sua teoria.
                A paisagem observada demonstra essa gênese geomorfológica pela formação de colinas de topo plano e laterais declivosas, onde o intemperismo se intensifica e expõe vários afloramentos de basalto. Essa região se localiza na chamada Serra Geral, que tem fortes implicações culturais na história do Rio Grande do Sul, tendo sido palco da Guerra dos Farrapos e constituindo território importante para as referências da identidade cultural do povo gaúcho.


Colina ao fundo onde se vê um afloramento de basalto

PARADA NO PARQUE ESTADUAL DA GUARITA – TORRES (RS)

A segunda parada foi realizada no Parque Estadual da Guarita, localizado na praia de mesmo nome, município de Torres, litoral norte do Rio Grande do Sul. A cidade se caracteriza por ser um grande atrativo turístico do litoral norte gaúcho por ser uma área de dunas e receber uma atividade turística intensa, além disso, o município de Torres atende a população da Serra Gaúcha e abriga em alguns casos a segunda moradia dessa população da região da Serra Geral, passando, como observando em Campo, por um intenso e acelerado processo de verticalização e também por essa razão, pela ampliação dos conflitos que envolvem a ocupação e o turismo no que diz respeito à fauna, a flora e a área de preservação ambiental do próprio parque. A própria área do Parque Estadual se mostra vulnerável, já que do alto de uma das colinas visitadas foi possível visualizar a construção de um condomínio, cuja vizinhança caracterizava uma vila de moradias mais simples muito próxima às Dunas e também a presença de veículos trafegando na beira da praia, bastante próximos ao mar, configurando essa contradição em relação à ocupação, o turismo e a preservação ambiental.
                Do ponto de vista da paisagem, foi possível observar uma formação de paredões verticais e o aparecimento de uma vegetação diferente da característica do sul do país, como algumas cactáceas, por exemplo. Observamos também a formação de lagunas e torres, configurando uma paisagem combinada de Mar-Cordão Arenoso (dunas)-Lagunas-Serra Geral. Além disso, no nível do mar observamos uma base de arenito demonstrando a sucessão sedimentar por ação de uma erosão marinha, que  suscitou o debate em relação ao soerguimento das regiões onde houve o derramamento de que tratamos no início da postagem. Enquanto o arenito é encontrado no nível do mar no litoral gaúcho, o mesmo é observado em São Paulo a 600 metros de altitude como é o caso da formação Botucatu, demonstrando que em São Paulo houve um soerguimento maior e mais intenso do que no Estado Gaúcho, além do fato de que este arenito formado em ambiente de deserto se encontra neste momento no nível do mar por conta do próprio processo de separação dos continentes.

Parque Estadual da Guarita, Praia da Gurita - Torres. RS

19/ 05 PARQUE NACIONAL APARADOS DA SERRA

                O Parque Nacional Aparados da Serra foi criado por Decreto do Governo Federal em 1959 e reconhecido por outro decreto de 1972, quando se estendeu a proteção ao interior do Cânion Itaimbezinho localizado no município de Praia Grande (SC), já que antes só o planalto gaúcho era protegido. Ainda hoje o Parque enfrenta problemas relacionados à desapropriação das terras de sua extensão, convivendo como consequência com a presença do gado na área de preservação, o que impede a efetiva posse do Parque por sua Direção/ICMBio. Não podemos desconsiderar também a dimensão da vida, da cultura e da tradição dos moradores dessas áreas anexadas ao parque por decreto mas que ainda hoje resistem à ceder suas propriedades no processo de desapropriação por haver um valor simbólico na propriedade da terra e na cultura que lá desenvolvem há gerações. Em Campo tivemos a oportunidade de conversar com ambas as partes, recebendo informações do senhor Deoni, Chefe da Unidade de Conservação de Aparados da Serra e da senhora Margarene, uma das moradores cuja área segue em processo de regularização junto à área do Parque.
                O Plano de Manejo do Parque é do ano de 1984 e propunha entre outras ações a sua ampliação, que culminaria em 1992 com a criação do Parque Nacional da Serra Geral no contexto da Conferência realizada no Rio de Janeirom que ficou conhecida como ECO92. A gestão de ambos os Parques, Aparados da Serra e Serra Geral, é compartilhada e atualmente o panorama que se tem é de que na área de Aparados da Serra 74%  já está regularizado e com os processos de desapropriação resolvidos, enquanto na área do Parque Nacional da Serra Geral esse total ainda se encontra em 57%, de maneira que a parte não regularizada permanece nas mãos de terceiros e fora do controle dos órgãos ambientais que realizam a gestão de ambos os Parques. Essa situação é uma das responsáveis pela forte pressão externa que essas áreas sofrem com as atividades de caça e de extração do palmito no lado catarinense. Além dessas informações, fornecidas pelo Gestor de Unidades responsável pelo Aparados da Serra, foi discutida também a questão dos javalis, que tem causado forte degradação e medo na população da região, levantando inclusive a preocupação em relação ao possível encontro entre duas frentes de javali que estão hoje soltas no Rio Grande do Sul e que tendem a se encontrar na região central do Estado.
                No Parque Estadual de Aparados da Serra, localizado em Cambará do Sul, RS visitamos o Cânion Itaimbezinho, onde tiramos o primeiro ponto:


PONTO 1

CANION ITAIMBEZINHO

S 29º 10’ 14”
              O 50º 5’ 55”

933 metros de altitude
                                                    
Trilha do Cotovelo em direção ao Canion Itaimbezinho


20/05/2015  PARQUE NACIONAL DA SERRA GERAL (CANION FORTALEZA)


            Ao chegarmos no Parque nos encaminhamos para a visita ao Canion Fortaleza, onde tiramos um ponto logo na chegada e outro em um dos mirantes:          

PONTO 2

CHEGADA AO CANION FORTALEZA

S 29º 3’ 54”
            O 49º 57’ 53”

1010 metros de altitude
25,3º C


PONTO 3

MIRANTE DO CANION FORTALEZA

S 29º 3’ 44”
            O 49º 57’ 24”

1110 metros de altitude
09:20h da manhã
19,1º C
                                                                                                                                                                                     

            





Vista do alto do Canion Fortaleza

         Ao sairmos do Canion Fortaleza visitamos a Cachoeira do Tigre Preto, localizada a uma altitude de aproximadamente 980 metros e com uma temperatura de aproximadamente 21,2º C.

Cacheoeira do Tigre Preto na saída do Canion Fortaleza

21/05: PARQUE NACIONAL DA SERRA GERAL – TRILHA DAS PISCINAS DO MALACARA, PRAIA GRANDE/SC.

            Conhecida como a cidade das duas mentiras, Praia Grande não tem praia, nem é grande mas historicamente foi uma cidade importante para a descida dos tropeiros do planalto gaúcho até o litoral catarinense. A trilha realizada foi a das piscinas do Canion Malacara, fechado na parte superior mas aberto para visitação em seu interior, desde que o grupo esteja acompanhado por um guia turístico da região. Essa trilha se localiza em uma propriedade particular que fornece uma modesta estrutura de sanitários em troca de uma colaboração simbólica dos visitantes.

PONTO 4

CANION MALACARA
PRAIA GRANDE - SC

S 29º 9’ 37”
            O 49º 58’ 47”

122 metros de altitude
14:25h

Trilha pelo interior do Canion Malacara - Praia Grande, SC
        Ao fim da trilha nas piscinas do Canion Malacara subimos a Serra em direção à Cambará do Sul – RS e no caminho fizemos uma parada no mirante sobre o Canion do Rio do Pinto, onde observamos o interior do Canion e tivemos uma conversa com o Guia sobre os impactos, as questões legais e a instalação de uma infra-estrutura para a visitação na região da Serra e dos Canions. Essa discussão é fundamental e polêmica, envolvendo hoje não apenas os órgãos ambientais, mas sobretudo os profissionais e a população de cidades turísticas como Cambará do Sul, que lida diretamente com o ecoturismo e com o chamado turismo de aventura.



PONTO 5

MIRANTE SOBRE O CANION DO RIO DO PINTO

S 29º 21’ 17”
           O 50º 10’ 21”
790 metros de altitude










 
Vista do Mirante sobre o Canion do Rio do Pinto - Rio Grande do Sul


*Nos dias 22 e 23 foram visitadas as cidades de Bento Gonçalves, Gramado e Canela, onde não foram registrados pontos com o GPS.


EQUIPE DO BLOG DA MONITORIA

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Trabalho de Campo para Itu, Salto e Porto Feliz

No trabalho de Campo realizado no dia 1º de Abril de 2015 com estudantes da Licenciatura em Biologia, sob coordenação dos Professores André Santos (Geografia) e Jandui Amorim (Biologia), visitamos o Parque Geológico do Varvito, localizado na cidade de Itu, o Parque da Rocha Moutonnée na cidade de Salto e também o Parque das Monções na região central do município de Porto Feliz. O objetivo do trabalho de campo foi verificar as estruturas geológicas que compõe a formação dessa região caracterizada pela transição entre a Planalto Atlântico e a Depressão Periférica por onde corre o Rio Tietê, formações sedimentares e outras feições geológicas que remetem à momentos como a separação dos continentes puderam ser observadas e discutidas com os estudantes. 


PARQUE GEOLÓGICO DO VARVITO - Itú/SP

A visita ao Parque Geológico do Varvito na cidade de Itu-SP ilustra formações produzidas em um período glacial do passado, evidenciando a atividade tectônica como fator importante à compreensão desta paisagem que remonta a existência de um período glacial anterior neste mesma região do Estado de São Paulo. Os paredões de Varvito demonstram o processo de formação das Rochas Sedimentares, passando pela erosão, deposição e sedimentação, gerando os estratos que podem ser verificados ao observarmos os paredões do Parque.
Estratificações muito horizontais, sem muitas deformações, indicam ambientes calmos com processos lentos de deposição de sedimentos similar à decantação, como ocorre por exemplo em um Lago.
Essa feição pode remontar ao período Paleozoico há aproximadamente 270 milhões de anos, quando houve um período de Glaciação.
Cada camada do Varvito nos indica também características climáticas relacionadas à diferentes estações do ano, sendo as camadas grossas formadas por areia e as camadas finas compostas por argila e matéria orgânica, sendo a areia depositada durante o Verão e a argila com matéria orgânica durante o Inverno compondo um ambiente que podemos chamar de Glacio-Lacustre.
Ranhuras e marcas na superfície dos paredões do Varvito podem indicar a presença de vida neste Lago que existiu durante o período glacial, são os chamados Icnofósseis, espécies invertebradas que se moviam no fundo do lago deixando seus rastros, já que os mesmos foram extintos no final do período Paleozoico no contexto da proliferação dos répteis no ambiente.
Além das camadas de sedimentação que observamos no Parque também foi possível verificar a existência de fraturas nas rochas, estas do período Cenozoico/Mesozoico durante a separação da África/América, causando as fraturas como consequência do tectonismo envolvido neste processo.

PARQUE DA ROCHA MOUTONNÉE - Salto/SP

A principal atração do Parque é a Rocha denominada "Moutonnée", que do francês faz menção às estrias similares à lã do carneiro, sendo esta rocha um Granito de feição estriada rara e por isso podendo ser apenas contemplada no Parque, sem que os visitantes possam toca-la. O que torna este Granito diferente dos demais são suas características específicas:

- Foi descoberto em 1946 e teve o nome originado de acordo com a feição estriada.

- Se situa numa região abundante em granito na área de transição entre o Planalto Atlântico e a Depressão Periférica.

- Possui um formato similar à de um "carneiro deitado".

- Evidencia um período de glaciação ocorrido há aproximadamente 270 milhões de anos.

- Guarda as estrias causadas pelo deslizamento de geleiras sobre sua superfície, de maneira que podemos encontrar um exemplar similar a esta rocha na Austrália.

Em princípio este granito se formou como rocha intrusiva, mas aflorou por ação do intemperismo e também pelo tectonismo ocorrido na região, atualmente vemos apenas 1/5 da rocha que embora não seja tocada sofre um acelerado processo de erosão por estar exposta às intempéries. Outra informação importante é que as evidências indicam que a geleira do Varvito que vimos em Itu tenha passado primeiro por Salto sobre a Rocha Moutonnée.

Granito - datado de aproximadamente 600 milhões de anos.
Estrias - datadas de aproximadamente 270 milhões de anos.

No Parque, em razão destes afloramentos, temos a presença de um solo raso e rochoso e por essa razão a presença de espécies de Mata Atlântica mas também do Cerrado, tal como as cactáceas adaptadas à solos rasos como o Mandacaru e o Xique-Xique.

PARQUE DAS MONÇÕES - Porto Feliz/SP

O Parque das Monções se situa na área central do município de Porto Feliz, é aberto ao público e abriga acesso ao trecho utilizado pelos Bandeirantes para lançar as embarcações que permitiriam as bandeiras rumo ao interior, além disso guarda também a presença de um Paredão Salitroso com formação fluvial relacionada ao Rio Tietê num período anterior ao soerguimento do Planalto Atlântico na região limítrofe com a hoje conhecida Depressão Periférica à partir da qual o Tietê começa a se tornar navegável. Embora o Paredão demonstre uma bela e interessante feição geológica sedimentar, ainda não há uma datação exata que nos remeta com certa precisão ao período de sua formação.

Confira abaixo algumas fotos do Trabalho de Campo:




Parque Geológico do Varvito - Itu/SP









Icnofósseis - evidências de vida no fundo do lago do período Paleozoico.







Fratura (rachadura) provocada pelo tectonismo.



Ambiente glacio-lacustre indicando em cada camada uma estação de verão/inverno
A deformação das camadas pode indicar movimentação das águas do lago.



Seixo Caído: pode ter sido depositado pela ação de um Iceberg




Rocha Moutonnée: um dos raros exemplares existentes na Terra

Descoberta em 1946 é um tipo de granito

Estrias na superfície da rocha indicam deslizamento de geleiras

Rocha Intrusiva cujo afloramento se deu por meio do intemperismo e do tectonismo









Salto do Rio Tietê em sua última cachoeira na transição entre
o Planalto Atlântico e a Depressão Periférica - Salto/SP 





Solo raso parecido com solo do Cerrado e espécies adaptadas
à esses solos como Mandacaru e o Xique-Xique








Rio Tietê: poluído, mas um pouco melhor
do que o trecho da cidade de São Paulo












Parque das Monções - Porto Feliz/SP





Paredão Salitroso formado por erosão fluvial












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